Olá a tod@s,
O meu nome é Sara, sou tradutora (desde 2012), professora de inglês (desde 2022) e Especialista Linguística (LS) na Gengo desde 2014.
Hoje, venho partilhar alguns recursos de tradução e materiais de aprendizagem que são úteis para elevar a qualidade do nosso trabalho.
O primeiro ponto de partida para um tradutor é dominar as línguas com que trabalha, assim, para os nativos portugueses que não nasceram em países de língua inglesa, não têm familiares/amigos de língua inglesa com quem possam falar frequentemente ou não morem (ou tenham morado) num país de língua inglesa é importante:
Manter e aprofundar o contacto com esta língua de trabalho:
A forma ideal de aprimorar a fluência numa língua é o contacto direto com a sua cultura e falantes nativos. Conversar com familiares ou amigos ingleses ou passar algum tempo em países de língua inglesa e interagir com os locais é a forma mais rápida de melhorar competências culturais, de oralidade e de compreensão auditiva.
No entanto, quando não é possível viajar com frequência ou ter contacto direto com falantes nativos, pode procurar-se uma comunidade local de estudantes e falantes de inglês que organize encontros gratuitos e regulares, ou uma escola ou professor privado que ofereçam cursos mais avançados de conversação.
Pessoalmente, o meu percurso de aprendizagem e prática avançada da língua, que é contínuo, começou com o «consumo» entusiástico de música em inglês — na altura não havia voos low cost, Netflix nem Internet — e passou pela frequência de aulas privadas de inglês durante 9 anos, pela preparação (para) e realização do Certificado de Proficiência em Inglês (C2 Proficiency) do Cambrige English, por um Mestrado em Tradução e Serviços Linguísticos na FLUP, doze anos a traduzir e a rever documentos de inglês para português e vice-versa, várias dezenas ou até centenas de livros lidos em inglês, oportunidades de interação e uso da língua em contexto de aula, trabalho e viagem e, mais recentemente, ensinando inglês.
Estas foram as formas que fui encontrando para que a língua inglesa estivesse sempre presente na minha vida e que me permitiram (e permitem) manter o contacto com a língua e aprofundar o seu domínio.
Para outras pessoas o percurso e as experiências poderão ser diferentes, mas o importante é manter o contacto com a língua, manter o seu uso “vivo” e encontrar formas de aprofundar continuamente o seu domínio.
Um segundo ponto importante é:
Formação em tradução
Há uma vasta oferta de formação avançada em tradução, com vários cursos, licenciaturas e mestrados presenciais e online. Hoje em dia, no meio de tanta abundância, o difícil é escolher.
Felizmente, já se encontram muitas partilhas de conhecimento gratuitas e com qualidade como, por exemplo, na plataforma do Coursera, em Revistas de Tradução, em Fóruns de Tradutores, em Vídeos no Youtube ou em Blogues como o da Gengo (ex., Materiais didáticos e análise de erros comuns EN-PT).
Para uma formação não gratuita de longa duração recomendo universidades portuguesas ou estrangeiras renomeadas.
Para uma formação de curta duração, recomendo cursos livres em universidades renomeadas, a participação em Conferências de Tradução (presenciais ou online) ou cursos de curta duração de projetos como o Escrever Escrever, por exemplo, que oferece cursos de “Revisão de Textos I, II e III”, “Escrita Criativa”, “Gramática sem Dúvidas”, “Ortografia sem Dúvidas” ou “Tradução”, entre outros.
Vistas as «fundações» do trabalho do tradutor, passamos para as:
Ferramentas de uso diário
A maioria dos tradutores trabalha com CAT tools (ferramentas de tradução assistida por computador) como o memoQ, o SDL Trados Studio e ferramentas semelhantes que incluem funcionalidades de gestão de projetos, contagem de palavras novas e repetidas, verificação de erros ortográficos e de formatação e sistemas de armazenamento e reutilização de dados (como terminologias e memórias de tradução) que aceleram o processo de tradução evitando que se traduza ou pesquise duas vezes o mesmo conteúdo.
Existem CAT tools gratuitas com interface online como o MateCat, que podem ser utilizadas com documentos do Word, Excel, Powerpoint, OpenOffice, iWorks, Indesign, PDF, entre outros, e preservam a formatação do texto original quando se exporta a tradução. Para legendagem, por exemplo, existe o Jubler.
Na Gengo, existe uma interface de tradução que permite visualizar o texto em inglês (à esquerda) e traduzi-lo para português (à direita) com funcionalidade online de correção ortográfica. No entanto, há documentos que têm de ser transferidos e que poderão experimentar traduzir numa CAT tool, como o MateCat.
Já no processo de tradução, propriamente dito, existem muitos recursos que nos podem ajudar a resolver desafios de tradução e terminológicos, listados a seguir.
Recursos de uso diário
Dicionários online, como o Léxico, que contém a definição, sinónimos, antónimos, palavras relacionadas, exemplos em contexto e conjugação de verbos.
Recursos da Comissão Europeia para tradutores, como o manual “Redigir com Clareza” e alguns Glossários.
Glossários de especialidade como o IATE (Terminologia Interativa para a Europa), o Glossário EN-PT do Banco de Portugal (para assuntos da banca), o Glossário de Termos das Finanças Públicas, o Glossário de Estatística da Sociedade Portuguesa de Estatística, o Glossário da Microsoft (para assuntos de TI).
Memórias de tradução online como o Linguee ou o MyMemory.
Dicionários bilingues de áreas de especialidade – como o Dicionário de Termos Médicos, o Dicionário Jurídico, entre outros.
Espero que esta partilha de experiência pessoal, as sugestões de aperfeiçoamento da língua e da arte de traduzir e os recursos partilhados vos sejam úteis.
Se conhecerem mais alguma ferramenta ou recurso essencial de que me tenha esquecido, partilhem as vossas sugestões nos comentários.
Continuação de boas traduções!
Sara Nogueira
Especialista linguística de português europeu na Gengo
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